O rover Perseverance da NASA capturou imagens de um possível cometa interestelar na superfície de Marte no início de outubro. Conforme reportado pelo portal Crusoe, as imagens foram registradas no dia 4 de outubro, quando o cometa 3I/ATLAS fez sua maior aproximação do planeta vermelho.
Terceiro objeto interestelar já documentado
O cometa 3I/ATLAS representa uma descoberta histórica por ser apenas o terceiro objeto interestelar documentado no Sistema Solar. De acordo com informações divulgadas pelo ICL Notícias, esse objeto cósmico é muito maior do que se pensava inicialmente – chegando ao tamanho de Manhattan, em Nova York.
Descoberto em julho de 2025, o cometa viaja a uma velocidade impressionante de aproximadamente 58 km/s. Sua origem interestelar o torna uma oportunidade única para os cientistas entenderem mais sobre objetos vindos de fora do nosso sistema solar.
Características surpreendentes do cometa
Segundo o astrofísico Avi Loeb, da Universidade de Harvard, a massa do 3I/ATLAS deve ser superior a 33 bilhões de toneladas. Os pesquisadores chegaram a esse número calculando a trajetória do objeto e analisando sua aceleração gravitacional.
O diâmetro do núcleo sólido do cometa é maior que 5 quilômetros, superando as projeções iniciais baseadas em observações do Telescópio Espacial Hubble. Isso o torna significativamente maior e mais massivo que seus predecessores interestelares, Oumuamua (2017) e 2I/Borisov (2019).
Teorias controversas sobre tecnologia alienígena
Conforme reportado pelo New York Post, Loeb e sua equipe levantaram uma hipótese controversa: o 3I/ATLAS poderia ser uma sonda alienígena enviada para realizar reconhecimento na Terra.
Os cientistas baseiam essa teoria em várias evidências:
- Aceleração não gravitacional anômala
- Aproximação incomum de Vênus, Marte e Júpiter
- Baixa inclinação retrógrada (gira na direção oposta dos outros corpos do sistema)
- Trajetória que permitiria acesso aos planetas do Sistema Solar
Comunidade científica divide opiniões
Outros estudos contestam a teoria de Loeb. O pesquisador AKM Eahsanul Haque, do Instituto SETI, afirma que o 3I/ATLAS é um corpo natural, provavelmente um fragmento de um planeta antigo, e não uma nave espacial.
As características do objeto, segundo Haque, são plenamente explicáveis por processos naturais conhecidos pela ciência.
Colaboração internacional nas observações
A Agência Espacial Europeia (ESA) está envolvida ativamente nas observações do cometa. Naves como a ExoMars Trace Gas Orbiter e a Mars Express têm monitorado o objeto, fornecendo dados importantes para a análise.
Segundo o portal Crusoe, duas sondas que orbitam Marte registraram recentemente a “visão mais próxima” já obtida do 3I/ATLAS pela ESA.
Desafios na confirmação
Apesar das imagens capturadas, a NASA ainda não confirmou oficialmente que o Perseverance registrou o cometa 3I/ATLAS. O shutdown governamental nos EUA atrasou comunicados da agência, comprometendo divulgações imediatas.
As imagens mostram um possível rastro luminoso, típico de cometas, mas análises detalhadas são necessárias para comprovar definitivamente sua identidade.
Próximos passos e segurança da Terra
Pesquisadores de várias agências espaciais trabalham para obter mais dados sobre o 3I/ATLAS. O Mars Reconnaissance Orbiter da NASA também está analisando o evento, e novos dados devem ser divulgados em breve.
Quanto à segurança, os cientistas garantem que o ATLAS não representa nenhuma ameaça à Terra. Sua trajetória o levará a passar a 2,78 milhões de quilômetros da órbita de Marte ao redor do Sol.
Janela de observação crucial
A comunidade científica aguarda ansiosamente a aproximação máxima do cometa ao Sol nos próximos meses. Essa janela é considerada essencial para observações mais detalhadas, que podem revelar informações cruciais sobre sua composição e trajetória.
Este evento representa uma oportunidade sem precedentes para entender melhor os visitantes interestelares do nosso Sistema Solar, independentemente de sua origem natural ou artificial.