Rover da NASA fotografa cometa interestelar 3I ATLAS em Marte

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O rover Perseverance da NASA conseguiu capturar imagens do cometa interestelar 3I ATLAS durante sua passagem próxima a Marte no início de outubro. Segundo informações divulgadas pelo portal Olhar Digital e pelo site Crusoé, essa é apenas a terceira vez que um objeto interestelar é documentado em nosso Sistema Solar.

cometa 3I/ATLAS próximo de Marte captada pelo satélite ExoMars. (Imagem: ESA/TGO/CaSSIS)

As imagens foram registradas em 4 de outubro, quando o cometa passou a cerca de 30 milhões de quilômetros de Marte – distância que permitiu às sondas espaciais capturarem o momento histórico.

Múltiplas sondas registraram o evento

Não foi apenas o Perseverance que conseguiu documentar a passagem do 3I/ATLAS. Conforme reportado pelo Olhar Digital, os satélites ExoMars Trace Gas Orbiter (TGO) e Mars Express, ambos em órbita marciana, também participaram dessa observação conjunta.

O rover utilizou sua câmera de navegação Navcam para capturar o cometa. O processo levou cerca de dez minutos para gerar a imagem final, período durante o qual o objeto percorreu uma longa trajetória no espaço.

A sonda ExoMars ativou seu sistema CaSSIS (Sistema de Imagens de Superfície Coloridas e Estéreo) para registrar uma sequência que mostra um ponto branco se movendo lentamente pelo espaço.

Desafios técnicos das observações

Foto: NASA, ESA, David Jewitt (UCLA)

Segundo o divulgador científico Alexsandro Mota, citado pelo Olhar Digital, não se esperava imagens de alta qualidade dessas tecnologias. “Sabíamos que não sairia nada exuberante. Esperávamos fotos em baixa resolução, bem simples e escuras”, comentou.

O especialista explicou que a ExoMars não foi projetada para observar objetos interestelares: “Ela tem tecnologia para estudar a atmosfera de Marte e mapear os gases que estão lá.

O efeito visual nas imagens

As fotografias mostram um rastro luminoso alongado, que gerou especulações nas redes sociais sobre a verdadeira forma do cometa. Alguns chegaram a sugerir que o objeto seria cilíndrico.

O astrônomo Marcelo Zurita, apresentador do programa Olhar Espacial, esclareceu que esse fenômeno é resultado da longa exposição: “é parecido com o das fotos noturnas de carros em uma rodovia, quando as luzes dos faróis formam trilhas contínuas.

O que sabemos sobre o 3I/ATLAS

O cometa 3I/ATLAS foi descoberto em julho deste ano e viaja a uma velocidade de aproximadamente 58 km/s. De acordo com informações do site Crusoé, este é apenas o terceiro objeto interestelar documentado no Sistema Solar.

Nas imagens, é possível ver a nuvem difusa que envolve o núcleo gelado do cometa, conhecida como coma. Essa estrutura se forma quando o objeto se aproxima do Sol – o calor aquece o material congelado, liberando gases que se estendem por centenas de milhares de quilômetros.

Tamanho real do cometa

Após surgirem especulações de que o cometa teria 50 mil quilômetros, o astrônomo Marcelo Zurita esclareceu que a medição feita pelo telescópio Hubble é mais precisa. Os pesquisadores analisaram a região mais densa da coma e estimaram um diâmetro máximo de 4,5 quilômetros.

Confirmação oficial ainda pendente

Apesar das imagens capturadas, a NASA ainda não confirmou oficialmente que o Perseverance registrou o cometa 3I/ATLAS. Segundo o Crusoé, o “shutdown governamental” nos EUA atrasou comunicados da agência, comprometendo divulgações imediatas.

As imagens mostram um possível rastro luminoso típico de cometas, mas análises mais detalhadas são necessárias para confirmar definitivamente a identidade do objeto fotografado.

Próximos passos da pesquisa

Pesquisadores de várias agências espaciais trabalham para obter mais dados sobre o 3I/ATLAS. O Mars Reconnaissance Orbiter da NASA também está analisando o evento, e novos dados devem ser divulgados em breve.

A comunidade científica aguarda a aproximação máxima do cometa ao Sol nos próximos meses. Essa janela é considerada essencial para observações mais detalhadas, que podem revelar informações sobre sua composição e trajetória.

Esse esforço conjunto entre agências espaciais demonstra a complexidade das observações a essa distância e a importância científica de estudar objetos vindos de fora do nosso sistema solar.

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