A série de história da tecnologia vai misturar passado, presente e futuro neste novo capítulo. Vamos contar a história da evolução da inteligência artificial (IA) desde as primeiras pesquisas, passando pelas revoluções e chegando nas possibilidades para o futuro.
Índice do Artigo:
Inspiração e Representações na Cultura Pop
Esse tema é tão inspirador que Hollywood nunca deixou de falar dele. Desde o filme mudo “Metrópolis” de 1927, temos produções com robôs, computadores e programas que agem para o nosso bem ou em busca da nossa destruição. Rapidinho dá pra citar também “Blade Runner”, “Exterminador do Futuro”, “Eu, Robô”, que é baseado na obra essencial de Isaac Asimov, e “2001: Uma Odisseia no Espaço” com o ameaçador HAL 9000.
As ideias relacionadas com a inteligência artificial são de muito antes do surgimento da tecnologia que tornou tudo isso possível. O ser humano sempre quis que uma máquina fizesse o trabalho de agir e também pensar como ele.
Os Primeiros Passos da IA
Estudos de várias áreas começaram a ir por esse caminho especificamente durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1943, o autor I.M.A.C. apresentou um artigo que fala pela primeira vez de redes neurais, estruturas de raciocínio artificiais em forma de modelo matemático que imitam nosso sistema nervoso.
Outro artigo importante dessa época é o trabalho de Claude Shannon, em 1950, sobre como programar uma máquina para jogar xadrez utilizando cálculos de posição simples e mais eficientes. Nesse mesmo ano, o lendário Alan Turing desenvolveu uma forma de avaliar se uma máquina consegue se passar por um humano em uma conversa por escrito, que é lida por um avaliador. Esse é o famoso teste de Turing.
Avanços Iniciais na IA
Em 1951, nasceu o SNARC, uma calculadora de operações matemáticas que simulava sinapses, as ligações entre os neurônios. O responsável por isso foi Marvin Minsky, que era aluno de Turing.
Em 1952, Arthur Samuel cria um jogo de damas, o IBM 701, que consegue melhorar por conta própria e se torna um desafio para jogadores amadores. Tudo isso que falamos até agora é bem relevante, mas veio antes do período considerado o pontapé inicial da inteligência artificial.
O Marco Zero da IA
O verdadeiro marco zero foi em 1956, na chamada Conferência de Dartmouth. Esse encontro reuniu grandes nomes da área, como John McCarthy, que batizou o campo de pesquisa de inteligência artificial. Nessa conferência, foi definida a máxima do setor: cada aspecto de aprendizado ou outra forma de inteligência pode ser descrita de forma tão precisa que uma máquina pode ser criada para simular isso.
Avanços Tecnológicos e Desafios
A partir daí, os participantes da conferência começaram a tirar as ideias do papel. As possibilidades eram tão animadoras que órgãos privados e governamentais investiram pesado na área, incluindo a ARPA, a Agência de Pesquisa de Projetos Avançados dos Estados Unidos, o mesmo lugar onde nasceu a internet.
O Perceptor e a Linguagem de Programação LISP
Em 1957, Frank Rosenblatt apresentou o Perceptor, um algoritmo que classifica resultados, começando com uma máquina chamada Mark I Perceptor. Em 1958, surge a linguagem de programação LISP, que se torna padrão em sistemas de inteligência artificial e hoje inspira uma família inteira de linguagens.
Em 1959, foi utilizado pela primeira vez o termo “machine learning”, descrevendo um sistema que dá aos computadores a habilidade de aprender alguma função sem serem programados diretamente para isso.
Os Primeiros Chatbots e Robôs
Em 1964, teve o primeiro chatbot do mundo, o ELIZA, que conversava de forma automática e imitava uma psicanalista usando respostas baseadas em palavras-chave. Em 1969, foi demonstrado o Shakey, o primeiro robô que unia mobilidade, fala e certa autonomia de ação.
O campo do processamento natural de linguagem era um dos mais promissores da época, com várias aplicações como tradutores, geração de linguagem, reconhecimento de fala, entre outros. No entanto, ao mesmo tempo que havia muita expectativa, as inovações não aconteciam tão rapidamente quanto o esperado.
O Inverno da Inteligência Artificial
Entre os anos 70 e 80, vivemos um período sombrio conhecido como “inverno da inteligência artificial”. Essa era foi marcada por poucas novidades e cortes nos investimentos, resultando em baixa atenção ao setor. A área precisava se reinventar, e um dos campos que ajudou nisso foi o de sistemas especialistas.
Proposto pela primeira vez por Édouard Feigenbaum no começo dos anos 80, os sistemas especialistas são softwares que realizam atividades complexas e específicas de um campo, fazendo o papel de humanos, mas com raciocínio muito mais veloz e uma base de conhecimento mais ampla.
Desenvolvimentos no Japão e a Quinta Geração de Computadores
O Japão entrou na história com a chamada quinta geração de computadores, uma tentativa de investir na área de tecnologia e modernizar toda a indústria entre 1982 e a década de 90. Isso colocou o Japão no mapa dos novos avanços e acelerou setores como microprocessadores e supercomputadores.
Contudo, o investimento foi controlado e a adoção de uma linguagem de programação chamada Prolog não teve muita adesão. Um segundo pequeno inverno da IA aconteceu na metade dos anos 90, mas logo foi superado.
A Explosão da Internet e os Avanços da IA
A segunda metade dos anos 90 foi marcada pela explosão da internet comercial. As redes aproveitaram a IA para desenvolver sistemas de navegação e indexação, resultando em programas que vasculhavam a rede automaticamente e classificavam resultados.
Um marco importante foi em 1997, quando a máquina “Deep Blue” derrotou o campeão mundial de xadrez Garry Kasparov, provando que estávamos no caminho certo.
Robôs e Automação
Em 2002, o Roomba se tornou o primeiro robô assistente de limpeza autônomo, mostrando a eficiência de robôs em comparação aos de décadas anteriores. Em 2005, a Boston Dynamics apresentou robôs capazes de se movimentar por terrenos difíceis, com aplicações em várias indústrias.
Desenvolvimentos Recentes
Desde 2005, a inteligência artificial também começou a ser estudada para aplicação em carros autônomos. Essa área é complexa, pois a plataforma precisa estar conectada a vários sensores do veículo e ao tráfego. A DARPA mantém uma competição anual chamada Grand Challenge desde 2004, premiando projetos de carros autônomos.
Em 2011, a Apple lançou o assistente virtual Siri, seguido pela Alexa da Amazon, que se popularizou rapidamente. Nesse mesmo ano, a IBM trouxe de volta os holofotes com o Watson, um supercomputador que venceu competidores no game show “Jeopardy!”.
Educação e Avanços Tecnológicos
Após um experimento na Universidade de Stanford, surgiu a necessidade de uma universidade voltada para tecnologia, levando à criação da Udacity. Em 2012, o Google consolidou suas tecnologias de desenvolvimento com aprendizado profundo, permitindo que algoritmos reconhecessem objetos em vídeos.
O Futuro da Inteligência Artificial
Nos últimos anos, a IA conquistou várias aplicações no ambiente humano. Em 2014, o chatbot Eugene Goostman conseguiu convencer jurados de que era humano. Em 2016, a IA AlphaGo venceu o campeão mundial de Go, mostrando que o aprendizado de máquina evoluiu para um nível impressionante.
A construção de uma inteligência artificial envolve uma série de algoritmos e ferramentas que ditam seu comportamento. Hoje em dia, a IA está presente em praticamente todos os processos que realizamos em eletrônicos, desde serviços de streaming até respostas automáticas em e-mails.
Conclusão
A trajetória da inteligência artificial até agora é impressionante e essencial para o nosso dia a dia. No entanto, ainda há muito trabalho pela frente. Tecnologias como o Google Duplex, que conversa via voz para agendar compromissos, têm um grande potencial para evoluir. As redes geradoras adversárias estão sendo desenvolvidas para criar conteúdos, e empresas como a Adobe se beneficiarão enormemente disso.
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